terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Lembranças de um passado que, agora, já passou...

Aquela tinha sido uma semana do cão: viagem demais para pouco dia útil. E lá fui eu fazer mais uma mala, mais um checkin, pegar mais uma turbulência, comer mais um lanche horroroso. Mas o motivo era mais do que excelente: rever e comemorar aniversário de um amigo muito querido. Cois que eu adoro.

E, no dia seguinte, a comemoração. Amigos reunidos, boa comiga, boa bebida, boa música, uma criança brincando com seu carrinho de madeira, e todo mundo feliz.

De repente ele chega. Todos se cumprimentasm e eles trocam poucas palavras, num diálogo civilizado. Ele se afasta e todos se perguntam... E principalmente para mim, apenas com um olhar: "como assim"? Como assim o quê? Eu sei o tanto quanto vocês sabem...

Aí ele puxa uma cadeira, assenta e entra na conversa. Papo vai, papo vem, pessoas se levantam da mesa, voltam, e de repente ele dispara, 3 anos depois, com o jeito de sempre, com a verdade e honestidade de sempre (e que, de tão honesto, beira a frieza), a pergunta cuja resposta que querida ouvir ele teve um dia. BUM!

Um ser humano com um pouco mais de normalidade encheria a mão. NA CARA ALHEIA. Mas não eu. Porque, naquele momento, eu estava disposta a, de uma vez por todas, lavar a roupa suja, ali, ao vivo e a cores. Sem demora. Sem  receio. Sem esconder nada. E o diálogo foi longo. As cartas foram postas sobre a mesa. Sem reservas. Sem meias palavras. Uma mudança de conversa aqui, outra ali, assim que alguém se aproximava, mas eu ali, firme. Convicta.

Acabou. ACABOU. A-C-A-B-O-U!!!!!! Uma banda da qual eu gosto muito gravou uma música que se chama: O AMOR ACABOU!!!!!!

Então é isso. Acabou. FIM! QUER QUE EU DESENHE??

Ao longo da conversa, intensas crises de riso tomam conta de mim. Porque não tem como não achar engraçado como as coisas acontecem, como o mundo dá voltas, como o ser humano não tem certeza das coisas que quer, que deseja.

Ou tem?

E, ao final de tudo, uma cena que eu jamais poderia imaginar.

E, mais no fim ainda, eu reajo de uma forma que espanta até a mim mesma. É uma reação fria. Até de certa forma calculada. Sem sofrimento. Ali, naquele instante, aquele passado em carne e osso à minha frente me faz rever muita coisa em um milionésimo de segundo.

E foi ali, parada, em pé, naquele exato instante, que eu tive, provavelmente, a maior certeza da minha vida. E então eu me despedi. Sem olhar pra trás.

E ali, sozinha, já com a porta fechada, depois de toda a bebida consumida, a única certeza que eu tinha é a de que havia feito a coisa certa. Fiz com que ele entendesse que a escolha foi dele. No meio daquele monte de gente, do monte de bebida, do monte de conversas e rostos por todos os lados, a única convicção que eu tinha é a de que não, eu não o queria mais. Acabou. Passou.

Foi lindo? foi.

Foi intenso? Foi.

Valeu a pena? Valeu.

Era para ter um final feliz? Era.

Teve? Não.

A escolha foi minha? Não.

O arrependimento, se é que realmente existe, é meu? Não.

Há algo que eu possa fazer para mudar? Talvez.

Há algo que eu QUEIRA fazer para mudar? Talvez.

Então, é isso. Cada um para o seu lado.

Assunto encerrado.

E-N-T-E-R-R-A-D-O!!!!!!

 

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